Equipe paralímpica volta ao Brasil com resultado histórico

Equipe paralímpica volta ao Brasil com resultado histórico
Paraolimíadas

O velocista brasileiro Alan Fonteles fez história ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius, que até então era o favorito na corrida dos 200m

Parte da delegação brasileira que disputou os jogos Paraolímpicos de Londres desembarcou na manhã desta terça-feira no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O Brasil conquistou 43 medalhas e alcançou o resultado inédito de sétimo lugar no quadro geral de medalhas.

Entre os atletas, estava o nadador Daniel Dias, que conquistou 15 medalhas – o maior número entre os brasileiros. Ele terminou esta edição dos Jogos com seis medalhas de ouro. Também desembarcou em São Paulo o medalhista Alan Fontele, que disputou a prova dos 200 metros e ganhou ouro no atletismo, ao derrotar o sul-africano Oscar Pistorius, que era o favorito na prova.

O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, disse que a iniciativa privada ainda não se deu conta da ferramenta de comunicação e marketing que pode ser o movimento paraolímpico.

- Espero que os resultados dos nossos atletas levem à percepção da necessidade de investimento privado. Os governos nas três esferas já fazem bastante. Agora eu acho que é hora de a iniciativa privada entender o seu papel no esporte brasileiro.

Parsons disse ainda que a Lei Agnelo Piva destina 85% ao Comitê Olímpico Brasileiro e 15% ao Comitê Paraolímpico. “O que, na verdade, o CPB busca é que esse percentual de 15% seja aplicado em qualquer orçamento esportivo do Brasil. Que um governo do estado aloque, dentro do seu orçamento, 15% para o esporte entre as pessoas com deficiência. Isso serve para cada município, cada estatal, ou cada empresa que decida investir no esporte”.

Na entrevista, as autoridades apresentaram como símbolo de garra a jogadora de tênis Natália Mayara, de 18 anos, que participou das Paraolimpíadas de Londres. Perguntada sobre o que falta para maior inclusão das pessoas com necessidades na sociedade brasileira, Natália disse que “uma das partes mais importantes é a adaptação da cidade para que a pessoa com deficiência seja aceita em toda parte. Tem de ter rampa, tem de ter elevador e tudo isso eu tenho certeza que não vai faltar em 2016 no Rio. Lá em Londres mesmo, tinha gente todo dia conosco acompanhando e perguntando quais as nossas dificuldades e quais as mudanças que a gente queria, então creio que a acessibilidade estará perfeita daqui a quatro anos no Rio”.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que há muito o que fazer e vários passos precisam ser dados para que as pessoas com necessidades especiais conquistem mais acessibilidade. Ele informou que vai implantar, a partir deste ano, o Programa Calçada Lisa, para melhor mobilidade. Paes citou o acesso da população do Rio, de modo geral, ao sistema de transportes urbanos. Ele disse “que os ônibus do Rio não são ônibus. São chassi de caminhão com carroceria de ônibus, ou seja, é impossível subir aquela escada. A gente já colocou 50% da frota com elevador, mas aquilo é feito para não funcionar”.

Paes disse ainda que iniciou negociações para que pelo menos 60% da frota de ônibus sejam adaptados às pessoas com deficiência. Outro aspecto importante diz respeito aos prédios públicos ou privados, cuja legislação já está propondo um conjunto de exigências. Esses prédios – segundo o prefeito – “nem sempre são fiscalizados com a eficiência que a prefeitura deveria ter para o cumprimento da legislação. A inspiração das Paralimpíadas deve servir para que a população fiscalize e que a prefeitura obrigue os estabelecimentos públicos e privados a adotar mecanismos de acessibilidade”.

Para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, o movimento paraolímpico no Brasil cresce muito mais do que a estabilidade do movimento olímpico. Ele disse que em 2016, no Rio, os Jogos Paraolímpicos serão a grande diferença. Será a grande celebração da população brasileira”.

Fonte> Site Correio do Brasil / Por Redação, com ABr - de São Paulo

Tags:

Leia também