Nas calçadas, há todo tipo de “armadilha” para os pedestres

Nas calçadas, há todo tipo de “armadilha” para os pedestres

Com tantos obstáculos, pessoas a pé se arriscam andando pela rua e disputando espaço entre os automóveis

Nas calçadas, há todo tipo de “armadilha” para os pedestres: atenção redobrada para não cair.

No meio do caminho há uma pedra. E há também buracos, galhos secos, degraus, bueiros destampados e declives acentuados, só para ficar em alguns exemplos. Problema antigo e sem solução à vista, andar pelas calçadas de Belo Horizonte é um verdadeiro transtorno para os pedestres. Com tantos obstáculos, pessoas a pé se arriscam andando pela rua e disputando espaço entre os automóveis.

O risco de quedas, devido às armadilhas oferecidas aos pedestres, se torna empecilho ainda maior para os idosos. Somente nos três primeiros meses desse ano, 468 pessoas com mais de 60 anos deram entrada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) João XXIII devido a tombos.

A média é de pelo menos cinco atendimentos por dia, conforme dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Grande parte desses traumas acontece em vias públicas.

No bairro Santa Efigênia, na regional Leste de BH, é difícil não encontrar um obstáculos nos passeios. Quem circula, diariamente, pela Região Hospitalar sabe os riscos que corre, como conta o pintor automotivo João Januário, de 70 anos. “Venho aqui toda semana. Esse é um problema antigo. É muito desrespeito, principalmente com as pessoas mais velhas”, diz ele.

Com uma torção no joelho direito, o servente Adilson Batista da Silva, de 48 anos, tem vindo frequentemente na região para fazer consultas. Ele anda de muleta e afirma que já viu outras pessoas caírem nas calçadas. “A cada esquina existe um buraco. Tem que ter atenção redobrada para não cair”, afirma o servente.

De acordo com a coordenadora de plantão do HPS, a médica Vânia Tanure, a ocorrência de queda é maior entre os idosos. Apesar da maioria dos registros acontecerem em casa, ela reforça que os riscos também são grandes nas vias públicas. Segundo a clínica, a recuperação de um tombo de uma pessoa com mais de 60 anos é lenta. Ela acrescenta que, quando há uma fratura na perna, o idoso fica internado por pelo menos uma semana.

Quem cair em uma calçada ou em via pública, devido à má conservação do espaço, pode acionar a Justiça e pedir indenização. Porém, o número de pessoas que recorre do acidente ainda é pequeno. Nos últimos cinco anos, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) julgou 19 ações no Estado. Destas, sete tiveram parecer indeferido.

Em BH, segundo o Código de Posturas, a calçada é obrigatória em todas as vias pavimentadas. Cabe ao proprietário do imóvel a construção, manutenção e conservação do passeio, seguindo as normas previstas na legislação. A reconstituição dos locais por parte da prefeitura é realizada em função de obras em logradouro público e conservação do espaço em prédios e equipamentos próprios municipais.

Segundo a Secretaria Municipal de Regulação Urbana, cerca de 16 mil vistorias de passeios danificados e ausência de passeio foram feitas, em 2011. Foram geradas 6,3 mil notificações e aplicadas 1,6 mil multas, mas elas não resolvem o problema. O valor mínimo da punição é de R$ 450,92.



Fonte:  Hoje em Dia - Jornal - por  CARLOS RHIENCK

http://dkmconstrutora.com.br/noticias/

Tags:

Leia também