Já fez exercícios hoje?

Amor ao esporte – Antes de escrever sobre o tema, perguntei-me como poderia expressa tamanha ligação que tenho com o esporte – especialmente, o ballet e mais precisamente, a ginástica artística – para abordar, de forma diferente, tudo o que todos já sabem sobre a importância da prática de uma atividade física.

Difícil chegar a uma conclusão. Mas de uma coisa tenho certeza: foi graças a todo esse movimento que minhas resistências lá no início, diante do desconhecido devido ao acidente que me levou a usar cadeira de rodas, quase não existiram.

A consciência corporal adquirida com as muitas horas de ensaios e treinos possibilitou uma (RE)leitura bem mais suave e descomplicada sobre o meu “novo” corpo e daí para a faculdade de Educação Física – depois da de Administração de Empresa – foi um pulo!

Vamos trabalhar o coração? Vai ser difícil num só texto colocar todos os benefícios que o esporte traz para a saúde física, mental e para o convívio das pessoas. Todo mundo sabe também que a prática regular de exercícios fortalece os músculos e aumenta a resistência. E seu coração, que também é um músculo, se beneficia, e muito, da atividade física, já que ela evita o surgimento de doenças cardiovasculares e reduz os sintomas de pessoas com problemas cardíacos pré-existentes. E para as pessoas com deficiência praticar esportes pode representar muito mais que saúde.

Verifique o quanto você é capaz! A atividade física e esportiva, em níveis variados, ajuda crianças, jovens e adultos com deficiência a adquirirem além de autonomia e independência, o resgate da autoestima, autoconfiança, relações pessoais e equilíbrio emocional. Mesmo quem tem uma deficiência severa pode praticar esportes, claro, sob a orientação de professores capacitados e habilitados.

O exercício físico previne as complicações secundárias à deficiência e impulsiona o indivíduo a descobrir que é possível ter uma vida normal e saudável. Mas, atenção! Todas as práticas esportivas devem ter um acompanhamento médico, essa é uma regra que vale para qualquer pessoa.

#Partiu? – Então, já que movimentar é a palavra de ordem, não importa se a pessoa com deficiência tem como objetivo atuar profissionalmente ou de forma amadora, “bora” procurar uma modalidade esportiva que se adeque às condições e limites e partir em busca das academias, praças, parques e clubes que desenvolvam as atividades pretendidas.

Ops! Calma lá! Não podemos deixar de falar que o esporte no Brasil, assim como a acessibilidade, não é colocado em primeiro plano pelos nossos representantes. Logo, as dificuldades para treinar, malhar, ainda que sejam em lugares públicos, não são e nem serão tarefa fácil, não é mesmo?

Vamos suar, mas de praticar exercícios! Como já falamos aqui, a acessibilidade vai além de ultrapassar barreiras arquitetônicas e junto a essas devemos associar as chamadas barreiras atitudinais dos cidadãos responsáveis pela execução e realização dos projetos de edificações e disposição interna dos equipamentos e materiais.

Logo, se faz necessário um olhar crítico e reflexivo sobre o direito que todos os cidadãos têm ao esporte e ao lazer não sendo somente algo para uma minoria privilegiada, nem um assunto secundário, mas sim como espaços e oportunidades onde é possível a inclusão e a participação de todos.

A prática de atividade física também é uma ferramenta importante na reabilitação de indivíduos com deficiência, pelos benefícios motores, psicológicos e sociais, além de ter como objetivos o lazer e a competição, considerados também aceleradores do processo de reabilitação. #partiutreinar!

Mariana Reis – Consultora em acessibilidade
Jornal A Tribuna – 09 de junho de 2015
Coluna Livre Acesso

 

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