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Estamos no meio de mais uma Copa do Mundo de futebol, desta vez no Brasil. Por ironia do destino, acontece no mesmo ano das eleições para presidente, governadores, deputados e senadores. Talvez se agissemos como torcedores nas eleições, a nossa política seria diferente. Como torcedores, não costumamos mudar de lado. Alguém já viu flamenguista virar corintiano ou coisa parecida?

Já na política, a coisa é hem diferente. Não deu certo neste partido, vamos para outro, e outro, e outro, até quem sabe criar o próprio partido. Pois é, se o time não vai bem, vamos para o estádio chamar o técnico de "burro", exigir que escale determinado jogador, fazemos protestos junto aos campos de treinamento, recebemos com vaia nos aeroportos quando retornam de uma desclassificação motivada por falta de organização e empenho.

Já pensou todos no aeroporto para receber os deputados federais com uma sonora vaia, pois votaram contra determinado projeto? Já pensou correligionários de partidos em greve para tirar determinada mesa diretora que é corrupta? Já pensou se em vez de mudar de partido, exigissemos a saída daqueles que não coadunam com as diretrizes partidárias? Imagina se fos-semos eleitores de partidos e não de pessoas que usam as legendas para se enriquecer? Não queremos heróis em time de futebol, mas antes buscamos a coletividade e o entrosamento entre defesa, meio de campo e ataque.

Já pensou se agissemos assim na política? Infelizmente, não agimos como torcedores. Quando muito, como torcidas organiaadas ou falanges, que são abomináveis no futebol e em politica. É vergonhoso ver torcidas organizadas que recebem incentivos de determinado grupo de diretores para atrapalhar a chapa que ganhou para uma nova gestão. É vergonhoso mantermos parasitas nos governos, os famosos "puxa-sacos" de plantão, incompetentes, oportunistas, sem fommcgo, sern eficiência e sem eficácia levando governos ao fundo do poço. Assim como temos também times que estão em péssima situação de gestão. Neste caso, os torcedores se mantêm fiéis e mudam quem não presta.

É deprimente ver tantas sanguessugas que lutam não por ideais, mas apenas para ter um carguinho de "desconflança", ganhar urna licitação aqui, ter um carrinho alugado ali e, assim, passar mais quatro anos. Muitos daqueles que hoje esbravejam serão os oportunistas de amanhã. Para mudar basta lembrar que neste caso nós somos os donos do apito e podemos dar cartões vermelhos e amarelos para todos. Basta votar e exigir com consciência e organização. Que sejamos mais torcedores e menos eleitores alienados.


Josemar Francisco Pegorette
É filósofo, sociólogo, teólogo e educador

(Artigo extraído do Jornal A Gazeta de 02/07/2014)

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