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O que se observa neste momento na imprensa como um todo (nacional e estadual) não é diferente daquilo que já vinha sendo noticiado nos últimos meses (anos?): até condenado pelo STF toma posse na Câmara dos Deputados (sob aplausos), enquanto os demais condenados fazem bravata em declarações pela imprensa tripudiando a decisão do STJ. Um estardalhaço no processo de julgamento da patota do Mensalão e, depois disso, um silêncio que nos leva a imaginar que poderá se o prenúncio (como em outros casos) de um processo de esquecimento gradativo da sociedade, como ocorreu com vários outros casos que, na época de sua ocorrência, tiveram uma “comoção de civismo” por parte da sociedade.
 
A primeira conclusão – entretanto incorreta – que se toma é de que a culpa pela continuidade da corrupção no Brasil é dos políticos e de algumas autoridades do Executivo que confundem lealdade partidária com obediência as normas legais.
 
Entretanto, ao bem pleno da verdade, esta inferência está totalmente errada. A real causa da continuidade da corrupção no Brasil é a sociedade.
 
Podemos até aceitar o argumento de muitos que dizem que ao votar não sabiam o perfil não recomendável do candidato, apesar de que do ponto de vista da responsabilidade do cidadão no contexto de um estado democrático, ele deveria se informar antes de votar. Se votou sem estar informado (princípio da ingenuidade), foi o responsável por colocar um político com perfil ético questionável em um cargo público.
 
Porém, mesmo para estes que admitem (após a eleição) estarem surpresos da “faceta exposta de seus candidatos”, fica a pergunta: acionaram os candidatos eleitos para mostrarem sua indignação com o uso do seu voto para viabilizar práticas repudiadas? Quando das novas eleições tiveram o cuidado de não mais votar em candidatos que agora, certamente, sabem ser pessoas sem ética?
 
Nas duas situações comentadas acima, nada é feito (salvo raríssimas exceções), ou seja, a sociedade elegeu e continuará elegendo políticos com posturas não recomendadas, o que leva esta mesma sociedade a ser a responsável pela continuidade da corrupção no Brasil.
 
Temos que acabar com esta postura da sociedade adorar ficar no processo de criticar os erros; ela precisa exercer a sua real competência e promover a limpeza ética de tais políticos que sorriem nas fotos quando são acusados de ações não éticas.
 
Será que a sociedade ainda não entendeu (ou talvez não queira entender) que o sorriso não é para você; é de você.
 
Acorda Brasil e, o que é mais importante, continue acordado. Mas fique atento para o fato de que nem todos os políticos são susceptíveis a desvios de conduta ética.
 
 
 
 
Texto:  Roosevelt S. Fernandes / Eng. Químico e especialização em Eng. Ambiental/Japão;Membro do CONSUMA - FINDES e COMARH - FAES; Membro do COEMA - CNI; Membro do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas; Coordenador do Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental e Social/NEPAS
 
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A linguagem da política mudou para atender uma nova realidade

Estão sendo utilizados termos e expressões de outras áreas de conhecimento

Não é por acaso que, cada vez com maior frequência, as pessoas se referem aos aspectos midiáticos da política moderna, seja por admiração seja por rejeição.

Também não é novidade que profissionais de sucesso, das áreas de publicidade, televisão, jornalismo, psicologia, auto-ajuda, passaram a ocupar papel de centralidade nas campanhas eleitorais e no exercício do governo, ao lado ou mesmo substituindo políticos, estrategistas e cientistas políticos.


Da televisão foram importadas expressões como “teleprompter”

Não deve, pois, ser surpresa que a linguagem da política foi penetrada por termos e expressões oriundos dessas outras áreas de conhecimento e de atividade profissional. Vejamos alguns exemplos:

Do marketing, de forma especial, nos atropelaram não apenas termos que correspondem a instrumentos modernos, mas além desses, termos que expressam uma nova forma de ver a política como, “vender o candidato”, “construir, corrigir, desconstruir a imagem”, “mídia training”, “damage control”, “administração de crises”, “marca”, “identidade visual”, “media mix”, “mensagem”, “outdoors”, “banners”, “teaser”, “backdrop”, “arte final”...

Da TV importamos expressões como, “teleprompter”, “ao vivo”, ”vinheta”, “comerciais televisivos”, “arte final”, “backlight”, “assinatura”, “estúdio”, “locação”, “cabeça falante”, “direção de arte”...

Também da internet passam a fazer parte da linguagem política expressões como “site”, “email”, “blog”, “twitter”, “flash mobs”, “video-conferências” “mailing list”, “deletar”, “backup”, “fazer download”, “link, linkar”, “marketing viral”, “vírus”, “salvar”...

“Do jornalismo provêm expressões como “copy desk”, “deadline”, “gancho”, “coletiva”, “ release”, “briefing”, “em off”, “ghost writer”, “furo”, “follow up”, “lay out”...

Da pesquisa estamos já habituados com o uso - ainda impreciso, mas não obstante uso disseminado - de termos técnicos como “amostra”, “universo” “margem de erro”, “tendência”, “pesquisa quantitativa e qualitativa”, “pergunta espontânea”, “pergunta estimulada”, “cruzamentos”, “survey”, “questionário”, “graus de confiança”, “Banco de dados” “grupos de discussão”....

Do cinema nos vêm termos como “roteiro”, “cores: fria, quente, primárias, secundárias”, “script”, “trilha sonora”, “cortina”, “corte”, “frame”, “iluminação”, “estruturas narrativas”, “produção”...

Do telefone como deixar de mencionar o “torpedo”, o “tele-marketing político - ativo e receptivo”, “pesquisas por telefone”, “o gravador”, “o despertador”, “bluetooth”, o “viva voz”, a “calculadora”, a “câmera fotográfica e de vídeo”....

Da política inclusive, vieram importantes contribuições. Afinal, diante tantas expressões novas, o assunto ao qual todas se referiam era a política!

Mediante os avanços da ciência política e suas muito próximas relações teóricas e empíricas com a sociologia, a antropologia, a história, a psicologia social, entre outras, a moderna terminologia da ciência política também irrigou a política com termos que, se não eram novos no mundo acadêmico, não faziam parte da linguagem usual da política prática. Conceitos como “legitimidade”, “soma zero”, “cultura política”, “soma múltipla”, “valores, crenças, preconceitos”, “persuasão”, “sedução política”, “macartismo”, “issues”, “sistemas eleitorais”, “carisma, carismático”, “coerção”, “tirania da maioria”, “totalitarismo", “posicionamento da candidatura, do governo”, “segmentação do eleitorado”, “histeria”, “racionalidade e sentimentalismo”, “feudalismo", "patrimonialismo”, “patronagem”, “assistencialismo”, “estruturas e funções”, “democracia estável, instável”, “papel social e político”, “estratégia”, “campanha permanente”, “táticas”, “sound bite” e muitos outros que seria excessivo mencionar.


Da internet surgiram expressões como site, deletar, linkar e salvar

Ufa! Não terminamos, mas nosso objetivo não é produzir um dicionário sobre expressões políticas importadas de áreas que lhe são adjacentes.

Quais as principais conclusões que podemos extrair dessa descrição da nova linguagem da política?

1. A linguagem da política mudou substancialmente;
2. A mudança enriqueceu a linguagem política com novos conceitos das mais variadas áreas;
3. A principal origem das mudanças é os EUA.

Já vimos em outros textos, recentemente publicados no site, (“A Política mudou. Quem não entendeu está fora do jogo”) os processos sociais que levaram à mudança na forma de se fazer política. É óbvio que, se a política mudou, a linguagem para expressar tais mudanças não poderia ser a do período pré-mudança! Uma nova linguagem teria que surgir para corresponder às novas realidades.

Uma pessoa com formação política dos anos 80 e que não acompanhou essas mudanças terá muita dificuldade para entender uma discussão sobre campanha eleitoral nos nossos dias.

Não se trata apenas de novos nomes atribuídos às mesmas coisas. São nomes novos que correspondem a novas realidades, instrumentos e novos comportamentos.

Esse atraso corresponde à realidade em que a maioria dos candidatos e governantes no Brasil, praticam a política.

A resistência para aceitar as mudanças, para compreender que precisa aprender com elas, e para submeter-se à nova disciplina imposta pelas mudanças continua muito forte, não obstante as aparências de aceitação.

Assim sendo, é comum que o candidato queira que se faça um “planejamento estratégico”, aceite discutir questões de “imagem”, queira fazer “pesquisas”, se comprometa com uma “estratégia”. Entretanto, não obstante as boas intenções, elas ainda são, essencialmente, concessões aos novos tempos, estão longe de ser uma convicção.

Diante das primeiras dificuldades e das pesquisas com resultados insatisfatórios, aquela disciplina é abandonada, o planejamento estratégico passa a ser visto como uma perda de tempo: a estratégia não está funcionando e a forma antiga e tradicional de se fazer política é reimplantada. Para evitar isso, é fundamental que:


Equipe de campanha: estrategistas, pesquisadores e publicitários

• O candidato ou governante entenda que a política moderna não é uma opção para ele. É um imperativo da sua competitividade.

• Que a política moderna tem, no seu núcleo central, em torno do candidato, profissionais contratados: estrategistas, pesquisadores e publicitários, escolhidos por ele.

• Que, ao adotar as técnicas da política moderna, não comprou um bilhete para o sucesso inevitável. Apenas entrou no jogo, dentro das novas regras em que é jogado.

• Que uma campanha pode mudar. A dinâmica da política pode criar a necessidade de mudar. Mas atenção: muda-se uma estratégia por outra, um planejamento por outro, produzidos pelo mesmo rigor lógico que gerou o primeiro. Não se muda uma estratégia bem pensada, balizada por pesquisas, ou um planejamento responsável, por decisões casuísticas, pela cópia do que o adversário está fazendo, por decisões motivadas pela emoção.

• Que o retorno às práticas tradicionais pode dar o consolo de lidar com o conhecido, mas implica no retrocesso. Você deixará de usar os instrumentos mais poderosos, pelos que já estão superados.

• Que seu sucesso, agora como antes, dependerá da qualidade de suas escolhas, do acerto de suas decisões, do seu trabalho e do talento da sua equipe.

• Que o sucesso de uma campanha, agora como sempre, depende também das qualidade de seus adversários.

• Você pode fazer tudo certo e assim mesmo perder, desde que seu adversário também faça tudo certo e contabilize, além disso, uma vantagem estratégica que você não tem.

• Que hoje, a sua função de líder é muito mais complexa do que já foi, e, por outro lado, muito menos intuitiva e voluntarista do que costumava ser.

• Que uma campanha sempre começa por pensá-la estrategicamente. Deve começar por um esforço intelectual do candidato ou governante e de sua equipe, para entender o que o eleitor espera, o que aprova e o que rejeita; e como conciliar seus planos com aquelas prioridades do eleitorado; e como apresentar uma mensagem coerente, convincente e persuasiva.

Fonte: Site Política para Políticos

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Em todos os momentos da história da nossa sociedade, as pessoas com deficiências foram vítimas de comportamentos contraditórios de exclusão e inclusão, que foram mudando de acordo com as transformações sociais, as descobertas científicas e tecnológicas e as mudanças culturais e econômicas.

No Brasil, as primeiras iniciativas governamentais ocorreram entre os anos de 1854 e 1857, exclusivamente para atender aos deficientes visuais e auditivos. Somente após o ano de 1930 é que surgiram instituições, de caráter filantrópico, pioneiras na educação especial.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, há mais de 500 milhões de pessoas com deficiências no mundo. Na população brasileira, segundo o Censo de 2010 (IBGE), há cerca de 27 milhões de pessoas com deficiências, o que corresponde a 14,5% da população brasileira. Com suas famílias, eles passam a representar 25% de brasileiros afetados por essa realidade, lutando por seus direitos individuais e sociais.

Nos dias atuais essas pessoas são freqüentemente vítimas de preconceito e discriminação, diante de uma sociedade que privilegia os fortes e saudáveis e marginaliza e exclui os que têm mais limitações para competir com os outros.

Ao longo da vida, todos estão sujeitos a adquirir algum tipo de limitação, seja ela física, sensorial ou cerebral. Por essa razão, entre outras, as dificuldades que passam as pessoas com deficiências devem ser de grande interesse social.

A Constituição Brasileira, baseada nos princípios fundamentais da democracia, reconhece os direitos de todos os cidadãos, condenando toda e qualquer tipo de discriminação. As pessoas com deficiências têm o direito à educação, saúde, esporte, cultura, informação, transporte e acessibilidade, como todo cidadão brasileiro.

É preciso garantir a oferta de educação de qualidade e sem discriminação para as pessoas com deficiência. Devemos lutar pela promoção da valorização das diversidades e o direito às salas de aulas regulares, independentemente da limitações. O objetivo é de integrar todos à comunidade onde estão inseridos.

É obvio que as barreiras físicas devem ser vencidas e os profissionais devem ser preparados para lidar com a diversidade, o que não quer dizer que, necessariamente, precisam se transformar em especialistas em cada deficiência.

É importante também o direito à acessibilidade, não só em áreas urbanas, edificações públicas e privadas e nos transportes, mas também o direito de ingresso às políticas públicas e ao mercado de trabalho. Não podemos esquecer do acesso à informação, já que ainda hoje muitos veículos de comunicação se esquecem das limitações dos surdos e mudos.

As pessoas deficientes não necessitam de piedade, mas de reconhecimento por parte da nossa sociedade e de garantia dos seus direitos. Nesse sentido, concordamos com o Frei Beto, quando ele diz que as pessoas deficientes deveriam ser denominadas “Portadoras de Direitos Especiais (PODE)”.

Sendo assim, devemos cobrar de nossos governantes menos discursos e mais ações eficazes que venham contribuir com o respeito à pessoa com deficiência  à diversidade social.

Ricardo Chiabai

(pai de criança com paralisia cerebral)

08/07/2012

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“A grandeza de um país, estado ou cidade não deve ser medida pela extensão do seu território ou pelas riquezas que possui, mas pela educação do seu povo”. (autor desconhecido). Educação é investimento com retorno certo tanto do ponto de vista econômico quanto social.

O Brasil investe menos de 5% do seu produto interno bruto na educação, índice abaixo de alguns paises da África. Aplicar mais recursos em educação é a certeza de reduzir a miséria e ignorância do seu povo.

A educação no Brasil tem problemas estruturais no ensino nas escolas públicas que é considerado muito fraco. Os recursos investidos na educação pela maioria dos municípios são insuficientes e mal aplicados gerando desigualdades no aprendizado.

Projetos têm sido propostos visando resolver os problemas da educação de ensino infantil e fundamental nos municípios, mas não tem sido eficazes para estabelecer uma real solução.

É necessário uma reforma no sistema de educação atendendo as exigências de melhoria da qualidade de ensino público. O primeiro passo para gerar um choque no setor seria o aumento de recursos públicos e seu melhor uso, proporcionando: inclusão de atividades esportivas, culturais, artísticas e informática, em tempo integral, principalmente nas áreas de risco social; transporte assegurado; currículo escolar adequado com todo material escolar disponível; inclusão digital; inclusão efetiva e qualitativa das pessoas com deficiência; qualificação dos professores; implantação de programas de cargos e salários para os professores com avaliação de produtividade e desempenho, com uma política salarial mais justa; e aproximação da escola com a comunidade, buscando a integração e a participação dos pais de alunos.

Não é possível pensar no desenvolvimento econômico e social do município sem resolver os problemas de acesso, permanência e qualidade da educação.

Ricardo Chiabai

15/07/2012

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No mundo moderno, vencer a competitividade depende do bom trabalho de equipe. A liberdade e a autonomia dos seus membros devem ser baseadas na cooperação entre eles. Uma equipe não deve estar organizada de forma que as competências sejam medidas apenas pelo o que cada um desenvolve. O ideal é quando os membros de uma mesma equipe apóiam-se, uns aos outros, socializando informações, dificuldades e desafios, aprendendo a assumir papéis coletivos.

A experiência e o valor de cada um não devem ser medidos pela quantidade de tempo que se executa uma função. E sim pelo volume de aprendizado adquirido. É saudável que os projetos individuais existam. Desde que não se perca o senso comum e que os objetivos individuais não estejam acima do projeto coletivo.

Todos os talentos individuais devem ser identificados e aproveitados, porém, a soma das partes nunca deve ser maior que o todo. “O futebol é um empreendimento coletivo, mas quem faz gol é um só e, quando o jogador se destaca do time, muitas vezes, passa a ser perseguido em campo pelo resto da equipe, que precisa abafar seu destaque passageiro ao mesmo tempo que celebra seu feito”. (autor desconhecido).

Ricardo Chiabai

15/07/2012

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