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Hora do rush. Especialistas ouvidos pelo Metro sugerem algumas alternativas para enfrentarmos menos engarrafamentos

Em todo o Estado, há mais de 1,7 milhão de automóveis circulando. A Grande Vitória concentra quase metade dessa frota: são 710 mil somente em Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. Com tantos veículos na rua, fica cada vez mais difícil se locomover na região metropolitana, sobretudo nos horários de pico, que têm começado e terminado mais cedo. Se antes atravessar a Terceira Ponte estava difícil às 18h30, hoje já é possível pegar engarrafamento no final da tarde. Para motoristas e usuários do transporte público, congestionamentos são um tormento diário. Para o poder público, trata-se de um desafio para o planejamento da mobilidade urbana.

Com o aumento exponencial da frota de veículos, ampliar vias ou construir pontes e viadutos já não são mais suficientes. Especialistas entrevistados pelo Metro afirmam: é necessário (e urgente) adotar no trânsito medidas alternativas inteligentes.

Entre as soluções apontadas estão a adoção da “onda verde”, com mais tempo de semáforos abertos para veículos, liberando o tráfego nas principais vias das cidades, que geralmente fica retido nos cruzamentos; e a cobrança diferenciada de pedágio, ou seja, o motorista pagaria um valor menor em horários fora do rush.

O professor de Engenharia de Trânsito da Ufes e da Faesa Manoel Rodrigues reforça a ideia e explica que faltam bons investimentos de infraestrutura e uma predominância de políticas que priorizam o transporte individual. “O sistema BRT (corredor exclusivo para ônibus) pode trazer benefícios, mas não resolve, porque só temos um modo de transporte: o rodoviário. O solo está todo ocupado. Não adiante construir quarta, quinta ou sexta ponte. O que nos sobra, então? Inteligência no trânsito”, diz.

Integração

Os especialistas são unânimes ao afirmar que é fundamental a integração de modelos de transporte, com tarifa única, de preferência. A proposta está na integração do ônibus, por meio do BRT, com o aquaviário e o VLT (veículos leves sobre trilhos). “Mobilidade não é só trânsito, é também pedestre, ciclista. Só ciclovia não resolve”, explica o professor de Arquitetura da Ufes Tarcísio Bahia de Andrade.

Criar um ambiente propício para todos os modais é um pensamento compartilhado pelo engenheiro de tráfego e professor do Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo) Leivisgton Jansen.

Ele explica que, mundo afora, as cidades estão sendo redesenhadas para que as pessoas caminhem mais. “Os governos concederam muitos benefícios para os carros e motos. Foi um tiro no próprio pé. Houve grande aumento da frota, e o trânsito é inviável. Deveríamos dar mais incentivos para os pedestres.”

São essas e outras ideias que você confere nesse link: http://www.ricardochiabai.com/galerias,9412,mobilidade.html  .

Por
Tiago ZanoliI - Metro Grande Vitória 
 

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