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O programa Vitória Alfabetizada, lançado recentemente, talvez seja a ação com a maior simbologia da nossa gestão, cujos resultados poderão transformar Vitória na primeira capital da América Latina sem analfabetos em idade adulta.

Em pleno século 21, na era da internet, em um cenário altamente tecnológico e inovador é inadmissível que irmãos e irmãs nossos ainda não saibam ler e escrever. Em um mundo moderno, onde a transmissão de dados e conteúdos influenciam cada vez mais o dia a dia de todos, não podemos aceitar a exclusão da vida plena e da cidadania, pelo analfabetismo.

A ideia do Vitória Alfabetizada nasceu de uma observação que fizemos ainda no período eleitoral. Todo candidato tem que estudar muito a sua cidade. Assim, estudamos finanças, dados sociais, econômicos, enfim, pesquisamos muito. Um trabalho minucioso para bem elaborar nosso programa de governo.

Naquele período um fato nos chamou a atenção: dados do IBGE estimavam que Vitória tivesse 15 mil analfabetos adultos. No entanto, um levantamento mais preciso realizado após assumirmos a Prefeitura revelou que quatro mil adultos entre 15 e 59 anos não sabem ler e escrever na Capital.

Daquela constatação, surgiu o Vitória Alfabetizada. Uma ação que já começou mobilizando a sociedade: educadores, comunidades, lideranças, igrejas, trabalhadores, empresários, imprensa, enfim, todos com disposição de juntar esforços para alfabetizarmos quem ainda não teve esta oportunidade. Vamos interagir com essas pessoas de várias formas, alfabetizando em salas de aula, em espaços alternativos, empresariais, comunitários ou domiciliares. Essa é a grande novidade do projeto: o envolvimento de toda a cidade para alcançarmos nosso objetivo.

Para o sucesso do programa é fundamental que a sociedade participe de toda a movimentação. Isto porque a ideia em si não é nova, considerando que temos no Brasil projetos de alfabetização há décadas. Mas, a grande novidade é a ampla mobilização em torno do compromisso que juntos com a sociedade, estamos assumindo.

Com entusiasmo e a busca ativa minuciosa do público-alvo poderemos até antecipar o alcance da meta prevista inicialmente para 2016 e dar o passo mais importante e elementar para a cidadania plena: saber ler e escrever.

 

Luciano Rezende é Prefeito de Vitória (ES)

Publicado no Jornal A Gazeta (ES)

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Em Vila Velha, até hoje não houve uma intervenção resolutiva para combater as enchentes, a não ser a já conhecida estrada do dique

 

Se fosse pela agressiva influência das águas, não haveria tantas pessoas morando e tantos negócios prosperando em países como Holanda, Itália, Estados Unidos e vários outros. A Holanda tem lugares, como a provincia de Flevoland, que ficam mais de trés metros abaixo do nivel do mar, totalmente inundáveis. A Itália tem a incomparável Veneza cujas águas invadem a Praça São Marcos. Os EUA tem várias cidades no Colorado e na Louisiana que fazem submergir sonhos, bens e pessoas de forma indelével. Recentemente os noticiários globais relataram essas tragédias ou o que é feito para evitar seus danos maiores.

Com séculos de experiência e profundos estudos ano hidrologia, os holandeses priorizam ações preventivas, apesar de também dominarem bem as ações relacionadas à gestão de desastres. Em 1939, a cidade de Charleston, no Estado norte americano de West Virginia, teve uma gravíssima enchente. Aconteceu o mesrno em Vila Velha, quatro anos antes. Lá a solução foi construir um bom dique e uma grande lagoa de contenção, hoje ponto turístico e de lazer náutico. Nunca mais tiveram problemas de inundação, pois disciplinaram o uso do solo sem, entretanto, inviabilizar projetos empresariais. Aqui, até hoje não houve uma intervenção resolutiva a não ser a já conhecida estrada do dique, às margens do rio Jucu, ao se aproximar de seu ponto de encontro com o mar. Isso, após a forte enchente de 1960.

Agora, as águas nos vieram dizer que precisamos agir com urgência. Ao longo da história do município alguns prefeitos envidaram esforços para resolver essa questão, mas percebe-se que nunca se concluiu algo definitivo. As razões para tal insucesso passam pela ausência de visão metropolitana, com cada um tentando resolver o seu próprio problema e, também, pela insuficiência de recursos financeiros. Ou o governo do Estado entende que esse é um problema sério e que atinge toda a região metropolitana ou continuaremos a mercê da benevolência das águas. E entender o problema é buscar estudos e projetos, inclusive em nivel internacional, debater com a sociedade organizada e canalizar recursos para a execução de suas ações recomendatórias.

Essa questão não pode ser uma mera disputa entre a classe empresarial e a administração pública, como se fossem antagônicos. É possivel conciliar o interesse de ambos, como foi feito nas cidades e nos panes mencionados no início deste texto. Sempre com base em estudos, de forma transparente e participativa. Há 79 anos Vila Velha teve sua primeira e forte enchente. Confirmando Parmêmides, as águas são as mesmas.

 


Antonio Marcos Machado


Publicado no Jornal A Gazeta em 5 de fevereiro de 2014.

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